15 de outubro de 2009

Fadiga Adrenal - Cuidado com o Estresse!


As glândulas supra renais são responsáveis pelo organismo para lidar com o estresse físico, emocional, psicológico, térmico ou de outro tipo, através de hormônios que regulam a produção e armazenamento de energia, frequência cardíaca, tônus muscular e outros processos. Qualquer pessoa pode desenvolver a fadiga adrenal em algum estágio da vida.´Uma doença crônica, crise emocional, o estresse contínuo e uma dieta inadequada podem fazer com que a supra renal não consiga dar conta de produzir hormônios adequadamente´, descreve a nutricionista Patrícia Davidson, que falará sobre o tema no 4º Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional, dia 12, em São Paulo.
  • Hormônios em ação
As glândulas supra renais produzem três tipos de hormônios essencialmente o cortisol (conhecido popularmente como ´hormônio do estresse´), responsável por manter o sistema imunológico e os processos infeciosos sob controle, assim como a normalidade dos níveis de glicose na circulação sangüínea. A aldosterona responde pela retenção de sódio, potássio e líquidos em níveis normais no organismo; e os hormônios sexuais onde, a partir do colesterol, a supra renal produz hormônios masculinos e femininos.
  • Carga glicêmica

Como medida preventiva, Patrícia Davidson recomenda evitar os carboidratos com alta carga glicêmica e optar por carboidratos complexos. ´A carga glicêmica de um alimento para ser baixa deve ser menor do que 10 para que os níveis de glicose sejam mantidos dentro da normalidade´, ressalta a especialista.São alimentos com baixa carga glicêmica:maça, uva, manga, abacaxi, melancia, papaia, abóbora, beterraba, cenoura, feijão (todos os tipos) e a soja. De carga glicêmica média temos: banana, batata com casca, batata doce, pão de trigo e de centeio integral, arroz e macarrão integrais, biscoito do tipo cream craker. Na relação de alimentos com alta carga glicêmica estão: passas, mandioca, batata frita ou assada, pão baguete, de leite e sem glúten, ervilha, arroz branco e todos os tipos de massas.

  • Sintomas

Segundo a nutricionista, entre os principais sintomas da fadiga adrenal estão: a dificuldade em levantar da cama de manhã; ter a sensação de que tudo é muito difícil e sempre um grande desafio; não conseguir se recuperar de situações estressantes ou de doenças, como ficar resfriado por semanas; ter necessidade de sal e açúcar; achar que o melhor horário para o sono é entre 7h e 9h; ter a energia diminuída entre 14h e 17h; e se sentir mais bem disposto após às 18 horas.

  • Saúde sexual

O que é que o desempenho e a satisfação sexual tem a ver com alimentação? Tudo, ou quase tudo na opinião da nutricionista clínica funcional Valéria Paschoal, diretora da VP Consultoria Nutricional, que participa do workshop ´Nutrição Funcional na Saúde do Homem e da Mulher´, dentro da programação científica do congresso. Um dos objetivos do evento é analisar a influência da alimentação na qualidade da vida sexual dos homens após os 45 anos, e o aumento das queixas de disfunções erétil entre homens mais jovens.Como medida preventiva, a especialista em nutrição funcional sugere reduzir o consumo de produtos industrializados: ´há estudos mostrando que o excesso de toxina ambiental, proveniente dos alimentos , vem reduzindo os níveis de fertilidade da população. É observada uma queda anual de 1% de homens férteis por fatores ambientais´A dieta balanceada deve incluir a ingestão de alimentos orgânicos tanto vegetais como animais, uma vez que os agrotóxicos são potentes xenobióticos, argumenta. É igualmente importante incentivar a mudança nos materiais de embalagens e utensílios, visto que a presença cada vez mais constante de embalagens de plástico, inclusive dos copos descartáveis, são fontes de fitalatos, substâncias que em excesso impedem o fornecimento adequado de energia, sendo esta produção fundamental para a mobilidade dos espermatozóides, destaca Valéria Paschoal.

  • ALIMENTAÇÃO

Fazer várias refeições por dia: a primeira sempre antes das 10 horas;Utilizar sal de forma liberada, já que na fadiga adrenal o paciente costuma apresentar perda de sódio;Misturar proteínas, carboidratos e boas gorduras nas mesmas refeições;Mastigar bem os alimentos. A função digestiva é mais baixa nesses pacientes;Evitar carboidratos de alto índice glicêmico, que elevam a glicose, já que uma hora depois haverá queda dos níveis de energia. A opção é usar carboidratos complexos, que manterão os níveis de energia por mais tempo;Não consumir açúcar, doces, sobremesas, gordura hidrogenada, fritura e bebidas estimulantes (café, refrigerantes à base de cola e outros estimulantes), especialmente no período da manhã para elevar a energia durante o dia;Alimentos a que se tem sensibilidade alimentar devem ser retirados da dieta. Eles impõem ainda mais estresse sobre o organismo, favorecendo a fadiga adrenal.




GIOVANNA SAMPAIO (EDITRA- DIÁRIO DO NORDESTE)